quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Projeto Baú de Leitura

Essa proposta nasceu da vontade de pessoas que se preocupam com a educação de crianças que não tem acesso a livros, principalmente crianças da zona rural. O Baú de Leitura vem resgatar tradições já esquecidas de uma maneira geral. Mas, muitos questionamentos surgiram com a chegada do baú na escola em que leciono: como surgiu? Quando e qual objetivo principal do mesmo? Estarei aqui me debruçando sobre sua metodologia e prática.
O baú de leitura surgia nos anos de 1999, como uma maleta que pretendia visitar as escolas e proporcionar momentos de leitura e encantamento. Firmou-se da provocação e do estimulo do UNICEF, que sugeriu ao MOC (Movimento de Organização Comunitária) a realização de experiências para estimular a leitura prazerosa. Tem como parceiros, a Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil do Estado da Bahia, PETI, as Prefeituras Municipais e Secretarias de Ação Social e Educação. Tendo como um dos principais objetivos de contribuir no combate do trabalho infantil, trazendo esperança e alegria na vida de milhares de crianças e adolescentes.
 O início foi difícil e ainda continua sendo para nós que estamos conhecendo o projeto agora, mas é um projeto apaixonante, para pessoas compromissadas verdadeiramente com a escola, com os alunos, com a família, com a comunidade. Porém, encontramos bastantes dificuldades quando nos deparemos com projetos bons, onde muitas pessoas que tem olhares diferentes e não conhecem a metodologia ainda nos podam com seu olhar desconfiado. Entretanto, nosso trabalho é de suma importância para a comunidade, pois vem trazer alegria, aprendizado, conhecimento do mundo e de se mesmo, as crianças têm contato direto com sua identidade pessoal, identidade familiar e identidade local.
     Foram realizados em minha sala de aula vários trabalhos com o baú resgatando culturas que vem sendo esquecidas pela comunidade como cantigas de roda, contos orais, momentos de convívio familiar e resgatando de forma geral a cultura da sua identidade local. Os alunos e alunas aprendem a respeitar as culturas de outros lugares, a religião, as diferenças raciais, a impor como seres humanos críticos e pensantes têm uma visão totalmente diferente do que viviam antes da chegada do baú. Pois o mesmo vem trazendo pra crianças e adolescentes práticas de leituras lúdicas, valorizando o saber popular e a literatura. Tendo como objetivo criar oportunidades de exercício de diversas leituras e despertar a autoestima, a criatividade e a sensibilidade através da leitura, despertando-nos mesmos a leitura por PRAZER e não por obrigação. Como diz o nosso grande escritor Monteiro Lobato, “Um país se faz com homens e livros”.
                           



  A nossa formação é em Feira de Santana cidade localizada no Estado da Bahia, onde aprendemos na metodologia e na prática como fazer e ensinar os nossos discentes a trabalhar com o baú, essa formação é de suma importância para o desenvolvimento do trabalho em sala de aula. O trabalho é muito gratificante, os alunos aprendem a sua identidade pessoal, como a origem do seu nome, do seu sobrenome e assim fazendo e reconhecendo a sua própria história. Nosso primeiro trabalho realizado foi conhecer a identidade pessoal dos discentes, mas assustei-me comigo mesmo, não conhecia nem a mim mesma. Foi a partir daí que comecei a perceber que eu também tinha uma história e que estava esquecida, porém trabalhando o baú dei-me conta que tenho origem, sei de onde vim sou construtora da minha própria história. O projeto me trouxe mais paixão pelo meu mundo, pelo mundo dos livros, pelo mundo da fantasia vivendo a realidade. Fizemos entrega dos Baús que foram doados pelo MOC em várias escolas com festas, brincadeiras, cantiga de roda, contação de histórias e a apresentação do projeto, no entanto,estamos esperando a compra dos outros e faremos uma corrente de multiplicadores do trabalho ajudando outras escolas a construírem seus próprios baús.
  Enfim, foram feitos vários trabalhos em sala de aula com as crianças, onde eles aprenderam a ouvir com mais atenção as histórias, tornaram-se mais criativos com as dramatizações feitas por eles mesmos, e resgataram valores já esquecidos. Segundo Albert Einstein "A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original". Quando nos abrimos a um novo mundo cada vez mais nosso aprendizado aumenta, e venho aqui mostrando nossos primeiros e já grandes passos no projeto implantado no nosso município, e que a pessoa que tem um compromisso real e apaixonante pela educação torne-se uma pessoa filiada ao projeto com compromisso e dedicação. Assim sendo, vocês verão algumas fotos dos trabalhos realizados Por mim professora Claudia Luciana Cavalcante Almeida e meus discentes na instituição em que leciono a Escola Municipal Arlete Góis. Agradeço a ajuda das pessoas que diretamente ou indiretamente me ajudaram no projeto desde a direção, secretários, educadores e educadoras, as pessoas de serviços gerais, o guarda da escola, a coordenadora da escola e a grande ajuda da coordenadora dos professores do baú de leitura. Terminarei meu relato dizendo que este projeto muito nos inspira a continuar acreditando e construindo juntos, pois neste "jardim de cada um" a criança vai se encontrando, descobrindo ou mesmo modificando o seu "jeito de ser ", sua identidade, e a dos outros.



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